Bat assemblage of the Marumbi Peak State Park, Brazilian Atlantic rainforest

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The great biological diversity found in tropical forests has intrigued scientists for a long time. In this study, we used a bi-dimensional niche matrix to explain the coexistence of bat species in a Brazilian Atlantic Rainforest locality. Bats were caught with a set of mist nets and manually. The samples were taken between Jan/2009 and May/2010, totalizing 41 nights of effort (64 800 m².h, only of standardized efforts). The bi-dimensional niche matrix was assembled using functional groups (using predominant feeding habits) and size classes created a posteriori. Seven size classes were defined on the basis of forearm lengths; these classes were shown to be different using a Kruskal-Wallis test (p < 0.05). A total of nineteen bat species were recorded, of which sixteen were detected in systematical efforts. Sturnira lilium and Carollia perspicillata were the most abundant species. Five species were regarded as common, ten were intermediate, and four were rare in the studied assemblage. Most individuals sampled belonged to the frugivorous functional group. The aerial insectivore and frugivore functional groups were the richest functional groups, with seven species each. A niche matrix with 35 cells was created, of which 15 were occupied by bats; and only three of them occupied by two or more species. The analysis showed that a combination of feeding habits and size classes could account for resource sharing and coexistence of most of the nineteen bat species in the studied assemblage. The rest of coexistence can be explained by skull characteristics (gracile versus robust skulls for aerial insectivores) or some feeding specializations (for frugivore species).


Assembleia de morcegos do Parque Estadual Pico do Marumbi, Mata Atlântica Brasileira. A grande biodiversidade encontrada nas florestas tropicais tem intrigado cientistas por um longo tempo. O objetivo do presente trabalho foi usar uma matriz de nicho bi-dimensional para explicar a coexistência das espécies de morcegos em uma localidade de Mata Atlântica brasileira. Os morcegos foram capturados com um conjunto de redes de neblina e também manualmente. As amostragens foram realizadas entre janeiro de 2009 e maio de 2010, totalizando 41 noites de esforço (64 800 m².h apenas de esforço sistematizado). A matriz de nicho bi‑dimensional foi criada usando grupos funcionais (usando o hábito alimentar predominante) e classes de tamanho criadas a posteriori. Sete classes de tamanho foram definidas com base nos comprimentos do antebraço; essas classes mostraram-se diferentes usando o teste de Kruskal-Wallis (p < 0.05). Um total de dezenove espécies foram registradas, das quais dezesseis foram detectadas apenas em esforços sistematizados. Sturnira lilium e Carollia perspicillata foram as espécies mais abundantes. Cinco espécies foram comuns, dez intermediárias e quatro raras na assembleia estudada. A maioria dos indivíduos capturados pertencia ao grupo funcional dos frugívoros. Os grupos funcionais dos insetívoros aéreos e dos furgívoros foram os grupos mais ricos, com sete espécies cada um. Foi criada uma matriz de nicho com 35 células, das quais 15 foram ocupadas por espécies de morcego, sendo apenas três delas ocupadas por duas ou mais espécies. A análise mostrou que a combinação de hábitos alimentares com classes de tamanho poderia explicar a partilha de recursos e a coexistência da maioria das dezenove espécies de morcegos na assembleia estudada. A coexistência restante pode ser explicada pelas características cranianas (crânios delicados versus robustos — para insetívoros aéreos) ou alguma especialização alimentar (para as espécies frugívoras).