Bat assemblages at a high-altitude area in the Atlantic Forest of southeastern Brazil
Ligiane M. Moras, Enrico Bernard, Renato GregorinMost Brazilian landscapes lie below 600 m above sea level and studies on the rich Brazilian bat fauna at higher altitudes are scarce. In this study, we investigated bat assemblages associated with different habitats in Chapada do Abanador, Minas Gerais, an area with altitudes ranging from 1000 to 1580 m. Forty-five nights of sampling (153000 m2/h) were performed in semideciduous montane forest, cloud forest and campo de altitude. A total of 137 individuals were captured, belonging to 12 species of the families Phyllostomidae and Vespertilionidae, with a large dominance of the former. Species-accumulation curves reached values close to the asymptote for the campo de altitude and cloud forest habitats, but not for montane forest, suggesting that more species may be added by extending the sampling effort in this habitat. A non-metric multidimensional scaling analysis indicated no strong separation between sampled habitats. Higher abundances of Desmodus rotundus and Histiotus velatus in the campo de altitude were observed, with the latter being exclusively recorded in this habitat. Moreover, a higher abundance of frugivores was observed in forested habitats, while hematophagous, insectivores and nectarivores were more abundant in the campo de altitude. Although presenting lower species richness when compared with environments below 1000 m, the campos de altitude and cloud forests are ecologically important and poorly protected portions of the Atlantic Forest in Minas Gerais, whose biodiversity must be preserved. Our data contributes with a better description of the local fauna and fills gaps on the species distribution for high altitude sites in Brazil.
Assembléia de morcegos em uma área de elevada altitude na Floresta Atlântica do sudeste do Brasil. Grande parte das paisagens brasileiras se encontra abaixo dos 600 m de altitude e os estudos sobre a rica fauna de morcegos brasileiros em elevadas altitudes são escassos. Nesse estudo, investigamos a assembleia de morcegos associada a diferentes habitats na Chapada do Abanador, Minas Gerais, cuja altitude varia de 1000 a 1580 m. Foram conduzidas 45 noites de amostragem (153000 m2/h) na floresta semidecidual montana, floresta nebular e campo de altitude. Foram capturados 137 indivíduos pertencentes a 12 espécies das famílias Phyllostomidae e Vespertilionidae, com grande predominância da primeira. Curvas de acumulação de espécies alcançaram valores próximos à assíntota para o campo de altitude e floresta nebular, mas não para a floresta montana, sugerindo que mais espécies seriam adicionadas com o aumento do esforço amostral nesse habitat. A análise de escalonamento multidimensional não-métrico não indicou forte separação entre os habitats. Entretanto, foi observada uma maior abundância de Desmodus rotundus e Histiotus velatus no campo de altitude, sendo a última exclusiva desse habitat. Além disso, foi observada uma maior abundância de frugívoros nos habitats florestados, enquanto hematófagos e insetívoros foram mais abundantes no campo de altitude. Embora apresentem menor riqueza de espécies quando comparados com ambientes abaixo de 1000 m, os campos de altitude e as florestas nebulares constituem porções ecologicamente importantes e pouco protegidas da Floresta Atlântica em Minas Gerais, cuja biodiversidade deve ser preservada. Nossos dados contribuem com uma melhor descrição da fauna local e preenche lacunas na distribuição de espécies para locais de elevada altitude no Brasil.