Diet variations in short-tailed opossum Monodelphis domestica (Didelphimorphia, Didelphidae) due to seasonal and intersexual factors
Rone F. de Carvalho, Daniel C. Passos, Leonardo G. LessaWe analyzed the diet composition of Monodelphis domestica (Wagner, 1842) distributed in a high-altitude rocky habitat (campo rupestre) in Southeastern Brazil, between October 2015 and December 2016. We also evaluated whether there are diet differences depending on body mass, sex and seasons. We collected 70 fecal samples of 29 M. domestica specimens and recorded five food categories (arthropods, vertebrates, seeds, flowers and plant vegetative parts). Monodelphis domestica presented a specialized diet, the specimens mainly fed on invertebrates (found in 100% of the samples). The samples also presented plant vegetative parts (leaves and stems), flowers and small vertebrates (scales and fragmented bones of lizards, snakes and birds). The species showed seasonal diet variations and consumed large portions of arthropods, small portions of vertebrates and plant vegetative parts during the rainy season. Intersexual differences influenced the diet composition: the range of food items consumed by males was wider than that ate by females. Our findings helped better understanding the food ecology of short-tailed opossums, besides being the first study about the diet of a didelphid species distributed in high-altitude rocky habitats.
Variações na dieta da cuíca-de-rabo-curto Monodelphis domestica (Didelphimorphia, Didelphidae) devido a fatores sazonais e intersexuais. Analisamos a composição da dieta de Monodelphis domestica (Wagner, 1842) em uma área de campos rupestres no sudeste brasileiro, entre outubro de 2015 e dezembro de 2016. Também avaliamos se existem diferenças na dieta de acordo com a massa corporal, sexos e estações do ano. Obtivemos 70 amostras fecais de 29 indivíduos e 5 categorias de itens alimentares foram identificadas (artrópodes, vertebrados, sementes, flores e partes vegetativas de plantas). Monodelphis domestica apresentou uma dieta especializada consumindo principalmente artrópodes (registrados em 100% das amostras). As amostras também apresentaram partes vegetativas (folhas e caules), flores e pequenos vertebrados (escamas e ossos fragmentados de lagartos, serpentes e aves). A espécie mostrou variação sazonal na dieta, consumindo uma alta proporção de artrópodes, pequenos vertebrados, e partes vegetativas de plantas durante os meses chuvosos. Houve também diferença intersexual na composição da dieta, com machos consumindo um espectro mais amplo de itens do que as fêmeas. Nossos resultados contribuem para a compreensão da ecologia alimentar das cuícas-de-cauda-curta, e representa o primeiro estudo específico sobre a dieta de didelfideos em campos rupestres.