On a collision course: the vulnerability of bats to roadkills in Brazil

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In Brazil, studies on roadkills are recent and usually restricted to lists of species found at some road stretch. Among mammals, medium- and large-sized species have received greater attention. The present study aimed at presenting the first list of bat roadkills in Brazil, including comments on the traits that may cause roadkills. We recorded 415 deaths from 44 species of seven families in all Brazilian biomes. We did not observe a relationship between body size or type of flight with the number of bat-vehicle collisions. Frugivore was the trophic guild most victimized, possibly due to greater natural abundance, foraging in low height airspace, and capacity to make long-distance movements. The elevated number of species recorded indicates that these roads may exert a negative effect on bat fauna. We encourage road ecologists and environmental agencies to include bats in their fauna monitoring of road infrastructure and request to make more accurate estimates of this impact.


Em rota de colisão: a vulnerabilidade de morcegos à atropelamentos no Brasil. No Brasil os estudos sobre atropelamentos de fauna são recentes e, na maioria dos casos, restritos a lista de espécies encontradas em alguns trechos de rodovias. Dentre os mamíferos, espécies de médio e grande porte têm recebido maior atenção. O presente estudo apresenta a primeira lista de morcegos atropelados no Brasil, incluindo comentários sobre os fatores que podem causar os atropelamentos. Nós registramos 415 óbitos de 44 espécies e sete famílias em todos os biomas brasileiros. Nós não observação relação entre o tamanho corporal e o tipo de voo com o número de colisões entre veículos e morcegos. Morcegos frugívoros foram os mais vitimados, possivelmente, em virtude de sua maior abundância natural, por forragear em baixas alturas e pela elevada capacidade de movimentação. O alto número de espécies indica que as estradas podem exercer um viés negativo sobre a quiropterofauna. Nós incentivamos que pesquisadores e agências ambientais incluam morcegos no monitoramento de fauna em infraestruturas viárias e solicitem estimativas mais precisas desse impacto.

Terrestrial mammals of the Jequitinhonha River Basin, Brazil: a transition area between Atlantic Forest and Cerrado

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Here we present an extensive survey for non-volant mammals along the margins of the Jequitinhonha River, which represents a contact area between the Cerrado and Atlantic Forest biomes. Our data were obtained after 13 trapping expeditions (from 2005 to 2012) on both banks of the river, from its source to its mouth, enriched by data obtained from a literature review and voucher specimens deposited in six mammal collections. All collected specimens were identified through their karyotypes and/or morphology. We obtained data for 75 localities (34 at the rigth margin, 42 at the left margin; 30 in the Cerrado and 45 in the Atlantic Forest). We obtained voucher records for 91 species, ca. 17% of all known Brazilian terrestrial non-volant mammals. Our results include range extensions for six species (Monodelphis scalops, Thylamys velutinus, Calomys mattevii, Wiedomys pyrrhorhinos, Galea spixii, Kerodon rupestris), and karyotype information for 26 species (11 marsupials and 15 rodents), with four new karyotypes. While most species have wide geographical range in both biomes, 26 were recorded only in the Cerrado and 19 were recorded only in the Atlantic Forest. Recorded species represent 28.7% (6.3% endemic) of the species known from the Cerrado and 21.5% (22.2% endemic) of those from the Atlantic Forest. The richness of the fauna recorded in this region supports its importance for the understanding of mammal biogeography, diversity and evolution.


Mamíferos terrestres da bacia do Rio Jequitinhonha, Brasil: uma área de transição entre a Floresta Atlântica e o Cerrado. Aqui apresentamos uma extensa pesquisa de mamíferos não-voadores ao longo das margens do Rio Jequitinhonha, região biogeográfica interessante que representa uma área de contato entre dois biomas brasileiros (Cerrado e Mata Atlântica), ainda pouco conhecidos para a fauna de mamíferos. Nossos dados foram obtidos após 13 expedições de captura (de 2005 a 2012), em ambas as margens do rio, da nascente até à foz, enriquecida por dados obtidos a partir de amostras de material depositado em seis coleções de mamíferos. Todos os espécimes coletados foram identificados através de seus cariótipos ou morfologia. Foram obtidos dados de 75 localidades (34 na margem direita, 41 à esquerda; 30 no Cerrado e 45 na Floresta Atlântica). Obtivemos registros de 91 espécies de mamíferos não-voadores, ca. de 17% de todos os mamíferos terrestres brasileiros conhecidos. Nossos resultados incluem extensões de distribuição de seis espécies (Monodelphis scalops, Thylamys velutinus, Calomys mattevii, Wiedomys pyrrhorhinos, Galea spixii, Kerodon rupestris), e informações de cariótipo de 26 espécies (11 marsupiais e 15 de roedores), com quatro novos cariótipos. Enquanto a maioria das espécies têm ampla distribuição geográfica, 26 ocorreram apenas no Cerrado e 19 apenas na Mata Atlântica. Foram registradas de 28.7% (6.3% endêmicas) de todas as espécies conhecidas para o Cerrado e 21.5% (22.2% endêmicas) da Floresta Atlântica. A riqueza da fauna registrada nesta região apoia a sua importância da compreensão na diversidade, biogeografia e evolução dos mamíferos.

Morcegos (Mammalia, Chiroptera) em refúgios diurnos artificiais na região sudeste do Brasil

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Residências e construções isoladas no interior de áreas de florestas bem conservadas também são utilizadas como refúgio diurno pelos morcegos, o que sugere que construções são atrativas por proverem proteção contra predadores, além de serem ambientes adequados para reprodução e interação social. Neste trabalho é apresentada uma revisão dos dados disponíveis na literatura para o sudeste do Brasil a partir de 2000 e dados não publicados coletados pelos autores entre 2010 e 2013 sobre o uso de construções pelos morcegos. Trinta e um trabalhos publicados foram analisados. Somados aos dados dos autores um total de 42 localidades foram amostradas, e 37 espécies de morcegos foram registradas em construções. Um total de 23 espécies possui dados de coabitação, enquanto 14 não compartilham abrigo com outras espécies. Molossus molossus mostra elevada frequência em construções de áreas antrópicas e trata-se da espécie insetívora mais capturada na Região Sudeste do Brasil e a que mais se refugia em forros. Em outros tipos de construções, a espécie mais frequente em coabitação foi Desmodus rotundus, citada em 16 artigos compartilhando abrigo com nove espécies. Amostragens no interior desses abrigos são importantes por fornecerem dados sobre as interações entre as diferentes espécies. Essas informações poderão contribuir para procedimentos adequados de manejo e para que problemas de saúde pública sejam minimizados.


Bats (Mammalia, Chiroptera) in artificial diurnal roosts in southeastern Brazil. Many bats use isolated houses and buildings within forested areas as daytime shelters. The large use of buildings suggests that these may be attractive for many bat species to provide protection against predators and are suitable for reproductive and social interactions. We present an overview of published (since 2000) and unpublished data (2010–2013) on the use of buildings by bats in southeastern Brazil. Thirty-one published works were analyzed. Together with the authors’ data, we document 42 sites and 37 species of bats recorded to roost in buildings. Twenty-three species share shelters with other species. Molossus molossus was common in constructions of disturbed areas, was the most commonly captured insectivorous species in southeastern Brazil, and the one most frequently found under roofs. In other types of buildings, the most common species was Desmodus rotundus, observed in cohabitation with nine other species. Sampling in these roosts is important for providing data on the interactions between species. Additionally, this information could contribute to optimal management for minimizing public health problems.

First record of Myotis izecksohni (Chiroptera, Vespertilionidae) for the Atlantic Forest of Minas Gerais, Southeastern Brazil

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Myotis izecksohni Moratelli et al., 2011 was recently described from the Myotis nigricans (Schinz, 1821) complex, based on samples from four localities above 700 m in the Brazilian Atlantic Forest of south (Paraná) and southeastern (Rio de Janeiro) Brazil. The species is currently known only from these localities and little is known about its distributional limits, ecology and natural history. Here, we present 3 new occurrence records from Minas Gerais, southeastern Brazil. Specimens reported here fit the qualitative and quantitative traits reported in the original description of M. izecksohni.


Primeiro registro de Myotis izecksohni (Chiroptera, Vespertilionidae) para a Mata Atlântica de Minas Gerais, sudeste do Brasil. Myotis izecksohni Moratelli et al., 2011 foi recentemente descrita a partir da revisão do complexo Myotis nigricans (Schinz, 1821), com base em amostras de quatro localidades acima de 700 m de altitude na Mata Atlântica do Sul (Paraná) e sudeste (Rio de Janeiro) do Brasil. A espécie está atualmente registrada apenas nessas localidades e sua ecologia, história natural e limites de distribuição são pouco conhecidos. Aqui, são apresentados 3 novos registros de ocorrência para o estado de Minas Gerais, sudeste do Brasil. Os caracteres qualitativos e quantitativos dos espécimes aqui examinados enquadram-se naqueles da descrição original de M. izecksohni.

Resúmenes de tesis

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Ana C. Delciellos | Desempenho arborícola e nicho locomotor potencial de sete espécies de marsupiais (Didelphimorphia) da Mata Atlântica


Carl W. Dick | Ecology and host specificity of bat flies (Diptera: Treblidae) and their chiropteran hosts


Carlos E. Lustosa Esbérard | Morcegos no estado do Rio de Janeiro


Raúl E. González Ittig | Estructura poblacional de Calomys musculinus (Rodentia, Muridae) estimada mediante polimorfismos en el ADN mitocondrial