Jumping ability in the arboreal locomotion of didelphid marsupials
Ana C. Delciellos, Marcus V. VieiraDidelphid marsupials are considered to cross discontinuities between arboreal supports using a cautious locomotion, using the prehensile tail as fifth limb. However, this ability was only described for Caluromys philander. We describe and compare the locomotory performance and postural behavior of seven species of didelphid marsupials crossing discontinuities between artificial supports representing arboreal gaps. Individuals were captured in areas of Atlantic Forest in Rio de Janeiro State, Brazil. Animals were stimulated to jump from a fixed horizontal support one meter above the ground to an inclined support of same diameter. We measured the maximum distance of jump (40, 60, 80 or 100 cm) and reach or distance actually reached by the jump. Arboreal species (Marmosops incanus, Gracilinanus microtarsus, Micoureus paraguayanus, and C. philander) jumped longer distances and had longer relative reach in jumps than semi-terrestrial species (Didelphis aurita and Philander frenatus). Only the specialized terrestrial Metachirus nudicaudatus did not jump in the tests. The relation between absolute reach and body size was weak and non significant. This study did not corroborate the view that didelphid marsupials cross discontinuities between arboreal supports only through a cautious locomotion, without jumping. On the contrary, we identified patterns of jumping performance and behavior of didelphid marsupials related to their use of the vertical strata.
Habilidade de salto na locomoção arborícola de marsupiais didelfídeos. Os marsupiais didelfídeos são tidos como animais que cruzam descontinuidades entre suportes arbóreos através de uma locomoção cautelosa, utilizando a cauda preênsil como quinto membro. Entretanto, esta habilidade somente foi descrita para Caluromys philander. O objetivo desse estudo foi descrever e comparar o desempenho e comportamento de sete espécies de marsupiais didelfídeos na transposição de descontinuidades entre suportes artificiais representando descontinuidades arbóreas. Indivíduos capturados em áreas de Mata Atlântica no Estado do Rio de Janeiro, Brasil, foram submetidos a testes que consistiam em estimulá-los a saltarem de um suporte horizontal fixo a um metro do chão para um suporte inclinado de mesmo diâmetro. Foram medidas a distância máxima de salto (40, 60, 80 ou 100 cm) e o alcance ou distância efetiva atingida com o salto. As espécies arborícolas (Marmosops incanus, Gracilinanus microtarsus, Micoureus paraguayanus e C. philander) saltaram prontamente maiores distâncias e tiveram maiores alcances relativos no salto do que as semiterrestres (Didelphis aurita e Philander frenatus). Apenas a especializada terrestre Metachirus nudicaudatus não realizou saltos. A relação entre alcance e peso corporal foi fraca e não significativa. Esse estudo não corroborou a visão de que os marsupiais didelfídeos cruzam descontinuidades entre suportes arbóreos somente através de uma locomoção cautelosa, sem saltar. Ao contrário, identificamos diferentes padrões de desempenho e comportamento no salto relacionados ao uso dos estratos verticais da mata pelos marsupiais didelfídeos estudados.