New records of Monodelphis kunsi (Didelphimorphia, Didelphidae) from Brazil

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We review the known distribution of Monodelphis kunsi from South America and reported nine new localities of occurrence in Mato Grosso do Sul state, southwestern Brazil. These new records fill the gap on geographic distribution of M. kunsi in southwestern Brazil. The species presents wide geographic range including distinct habitats. The lack of studies in southwestern Brazil and the non-utilization of pitfall traps can be the main factors responsible for the lack of knowledge on distribution of small mammal species to this region.


Novos registros de Monodelphis kunsi (Didelphimorphia, Didelphidae) para o Brasil. Nos revisamos o conhecimento da distribuição de Monodelphis kunsi para América do Sul e informamos nove localidades de ocorrência no Estado de Mato Grosso do Sul, sudoeste do Brasil. Estes novos registros cobrem uma lacuna na distribuição de M. kunsi no sudoeste do Brasil. Os espécimes apresentaram ampla distribuição geográfica incluindo diferentes habitas. A falta de estudos no sudoeste do Brasil e a não utilização de armadilhas pitfall podem ser os principais fatores responsáveis pela falta de conhecimento na distribuição das espécies de pequenos mamíferos para esta região.

Efeito do gradiente floresta-cerrado-campo sobre a comunidade de pequenos mamíferos do Alto do Maciço do Urucum, oeste do Brasil

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O Maciço do Urucum é uma região montanhosa localizada na borda oeste do Pantanal, sendo caracterizado pelo contato entre ambientes florestais, savânicos e campestres. Acredita-se que em paisagens como as do Maciço do Urucum, a estrutura da comunidade de pequenos mamíferos seja fortemente influenciada pela diversidade de habitats. Neste estudo procuramos determinar a influência do gradiente floresta-cerrado-campo sobre a estrutura da comunidade de pequenos mamíferos não-voadores no Maciço do Urucum, oeste do Brasil. Para amostrar as espécies de pequenos mamíferos foram utilizadas armadilhas de interceptação e queda, instaladas em manchas de floresta semidecídua, cerrado stricto sensu e em campos de altitude. No total, foram amostradas 10 espécies de pequenos mamíferos não-voadores, nove em florestas semidecíduas, quatro em cerrado stricto sensu e cinco nos campos de altitude. Entretanto, não houve diferença significativa entre os habitats amostrados quanto à abundância, riqueza e diversidade de espécies. As florestas semidecíduas apresentaram quatro espécies que foram exclusivas deste ambiente, enquanto os campos de altitude apresentaram apenas uma espécie exclusiva. Não houve forte influência do gradiente floresta-cerrado-campo sobre a estrutura da comunidade local de pequenos mamíferos, uma vez que nove espécies (90%) ocorreram em florestas semidecíduas. Uma razão para isto é o provável efeito de borda sobre os habitats florestais com relação às espécies de habitats abertos. Finalmente, as espécies registradas neste estudo foram divididas em dois grupos: as generalistas, registradas simultaneamente em florestas e áreas abertas, e as aparentemente especialistas, que só foram amostradas em florestas semidecíduas e nos campos.


Effect of the forest-savanna-grassland gradient on the small mammals of the high Urucum Mountains, west of Brazil. The Urucum Mountains comprehend a hilly region in western Brazil which lies in the western edge of the Pantanal wetlands, being characterized by the contact among forests, savannas and grasslands. It is usually known that the community structure of small mammals is strongly influenced by the habitat diversity. Based on this, we determined the influence of the forest-savanna-grassland gradient in the structure of the small mammal community in the Urucum Mountains. For sampling small mammal species, pitfall traps were installed within semideciduous forests, savannas and grasslands. In total, 10 species were recorded, nine in semideciduous forest, four in savanna and five in grassland. However, there is no significant difference between habitats in relation to abundance, richness and species diversity. Four species were recorded exclusively in the semideciduous forest, and only one was exclusively recorded in the grassland. There was no strong influence of the forest-savanna-grassland gradient on the structure of local small mammal community, since nine species (90%) occurred in semideciduous forest. A reason for this was a probable edge effect on forested habitats with regard to open habitat species. Finally, species recorded in this study were divided in two groups: the generalist species recorded simultaneously in forest and open habitats, and the apparently specialist species recorded only within forests or grasslands.

The effectiveness of pitfall traps for sampling small mammals in the Amazon basin

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Mammal communities in the Amazon Basin are diverse and should be assessed with a variety of trap types. Pitfall traps are infrequently used in surveys of Neotropical mammals, but capture a different subset of the small mammal community than do traditional trap types. Pitfall traps captured species generally thought to be rare, including Monodelphis adusta and Scolomys melanops, at a higher proportion than traditional terrestrial traps. Moreover, pitfall traps captured more very young individuals of common species. This trapping technique is most effective during the rainy season, with virtually no captures recorded during the dry season, and should be used in conjunction with other trap types to fully assess mammal communities.


Efectividad de las trampas de caída para el muestreo de pequeños mamíferos en la cuenca del Amazonas. La comunidad de mamíferos en la Cuenca Amazónica es diversa y debería ser evaluada con una variedad de tipos de trampas. Las trampas de caída no son usadas frecuentemente en estudios de mamíferos neotropicales, pese a que capturan un subgrupo diferente de la comunidad de pequeños mamíferos del que capturan las trampas tradicionales. Las trampas de caída capturan especies generalmente consideradas raras, incluyendo Monodelphis adusta y Scolomys melanops, en una proporción más grande que las trampas terrestres convencionales. Además, las trampas de caída capturan más individuos juveniles que las trampas tradicionales. Esta técnica de trampeo es más efectiva durante la estación de lluvias, con prácticamente ninguna captura durante la época seca, y debería ser usada en conjunto con otros tipos de trampas para evaluar en detalle las comunidades de mamíferos.