Non-human primates collected during and after a yellow fever outbreak in eastern Brazil: demographic data, osteological implications, and viral prevalence
A.M. Cezar, S.S. Cardim, S.R.S. Campos, M. Weksler, F.P. Lucena, J.A. OliveiraBetween 2016 and 2019, a sylvatic yellow fever (YF) outbreak affected Southeast Brazil, prompting a large-scale response to monitor non-human primates (NHP) as sentinels of viral circulation. Here we provide detailed data on NHP specimens collected between 2018 and 2021, presenting sex and estimated age, as well as information on osteological changes and trauma, and YF prevalence in NHP in Rio de Janeiro State, Southeastern Brazil. A total of 716 NHP from six taxa were documented across 48 municipalities: Callithrix sp. (N = 672), Callithrix aurita (N = 3), Sapajus nigritus (N = 28), Alouatta guariba (N = 7), Callicebus nigrifrons (N = 2), Leontopithecus rosalia (N = 3), and Leontopithecus chrysomelas (N = 1). Of these, only 19 tested positive for YF virus, predominantly Callithrix sp. (N = 14), followed by Alouatta guariba (N = 2), Callicebus nigrifrons (N = 2), and Leontopithecus rosalia (N = 1). Most Callithrix sp. specimens—hybrids of C. jacchus and C. penicillata—originated from urban centers, particularly Rio de Janeiro and Niterói. Notably, trauma-related injuries were recorded in 160 Callithrix sp., peaking during the outbreak, likely due to human aggression driven by misconceptions about YF transmission and/or roadkill events. Additionally, among 127 Callithrix sp. and three C. aurita specimens processed as skins and skeletons, 90 revealed pathological-like changes in teeth, skull, and appendicular skeleton, including porosity, translucency, bone remodeling, darkened spots, and fractures. While not directly linked to YF infection, these findings contribute to a broader understanding of NHP pathology and population health. This study represents one of the largest and most systematically curated collections of NHP from an epizootic event, providing an invaluable resource for disease ecology and conservation research. Our results emphasize the importance of long-term specimen preservation for monitoring emerging infectious diseases and assessing anthropogenic impacts on wildlife populations.
Entre 2016 e 2019, um surto de febre amarela silvestre (FA) afetou o Sudeste do Brasil, desencadeando uma resposta em larga escala para monitorar primatas não humanos (PNH) como sentinelas da circulação viral. No presente estudo apresentamos dados detalhados sobre espécimes de PNH coletados no estado do Rio de Janeiro entre 2018 e 2021, incluindo informações sobre sexo, idade estimada, alterações osteológicas, traumas e a prevalência de FA de amostra. No total, foram documentados 716 PNH pertencentes a seis táxons em 48 municípios: Callithrix sp. (N = 672), Callithrix aurita (N = 3), Sapajus nigritus (N = 28), Alouatta guariba (N = 7), Callicebus nigrifrons (N = 2), Leontopithecus rosalia (N = 3) e Leontopithecus chrysomelas (N = 1). Desses, apenas 19 testaram positivo para o vírus da FA, predominantemente Callithrix sp. (N = 14), seguido por Alouatta guariba (N = 2), Callicebus nigrifrons (N = 2) e Leontopithecus rosalia (N = 1). A maioria dos espécimes de Callithrix sp. —híbridos entre C. jacchus e C. penicillata— originou-se de centros urbanos, especialmente Rio de Janeiro e Niterói. Lesões associadas a traumas foram registradas em 160 indivíduos de Callithrix sp., com um pico durante o surto, possivelmente devido à agressão humana motivada por concepções equivocadas sobre a transmissão da FA e/ou atropelamentos. Além disso, entre 127 espécimes de Callithrix sp. e três C. aurita processados como peles e esqueletos, 90 apresentaram alterações sugestivas de patologias nos dentes, crânio e esqueleto apendicular, incluindo porosidade, transparência, remodelação óssea, manchas escurecidas e fraturas. Embora não estejam diretamente relacionados à infecção por FA, esses achados contribuem para uma compreensão mais ampla sobre a saúde populacional dos PNH. A amostra aqui avaliada representa uma das maiores e mais sistematicamente organizadas coleções de PNH provenientes de um evento epizoótico, constituindo um recurso valioso para pesquisas em ecologia, epidemiologia e conservação. Nossos resultados destacam a importância da preservação a longo prazo de espécimes para o monitoramento de doenças emergentes e a avaliação dos impactos antropogênicos sobre as populações de PNH de vida livre.
