Small mammals in urban areas in Brazil, a systematic review

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This paper seeks to catalog the terrestrial small mammal diversity, their distribution in sub(urban) environments of Brazil using a systematic review performed on live literature indexing databases (LILACS, Scopus, PubMed, SciELO, and Web of Science). Sixty-eight articles met the predefined inclusion criteria. Fifty-one terrestrial small mammal taxa were retrieved, with 22 marsupials and 29 rodents. Twenty-eight taxa (17 rodents, 11 marsupials) were exclusively found in forest fragments, 15 (10 rodents, five marsupials) exclusively found in urban areas, and eight (three rodents, five marsupials) in both environments. The study encompassed research conducted in 14 of 27 federative units, with studies concentrated in Minas Gerais and São Paulo, while Espírito Santo reported a single species. The majority of the studies were focused on zoonoses, with only one inventory survey. Most studies were clustered between 2017 and 2021, with only four conducted before 1990. The disparity in research distribution was anticipated, given the concentration of research institutions and researchers. Our findings underscore the pivotal role of urban forest remnants in maintaining biodiversity within urban landscapes and the need for more comprehensive, geographically balanced research efforts, especially in the understudied regions, to enrich our understanding of terrestrial small mammal diversity in Brazil.


Pequenos mamíferos em áreas urbanas do Brasil, uma revisão sistemática. O presente estudo busca catalogar a diversidade de pequenos mamíferos terrestres, sua distribuição em ambientes (sub)urbanos no Brasil usando uma revisão sistemática realizada em cinco bases de indexação de literatura (LILACS, Scopus, PubMed, SciELO, e Web of Science). Sessenta e seis artigos cumpriram os critérios de inclusão pré-definidos. Cinquenta e cinco táxons de pequenos mamíferos foram encontrados, sendo 22 marsupiais e 29 roedores. Vinte e oito táxons (17 roedores e 11 marsupiais) foram exclusivos de fragmentos florestais, 15 (10 roedores, cinco marsupiais) em áreas urbanas, e oito (três roedores, cinco marsupiais) em ambos. O estudo incluiu trabalhos conduzidos em 14 das 27 unidades federativas, com concentração em Minas Gerais e São Paulo, enquanto uma única espécie foi reportada no Espírito Santo. A maioria dos estudos focou em zoonoses, com apenas um inventário de espécies. Os estudos foram concentrados entre 2017 e 2021, com apenas quatro estudos antes de 1990. A disparidade da distribuição dos estudos era esperada, dada a concentração de pesquisadores e instituições de pesquisa. Os achados presentes explicitam o papel pivotal dos fragmentos florestais urbanos em manter biodiversidade em paisagens urbanas, e a necessidade de esforços de investigação mais abrangentes e bem-distribuidos geografiamente, especialmente em regiões pouco estudadas, para enriquecer a compreensão da diversidade de pequenos mamíferos no Brasil.

Graphical abstract for the article “Small mammals in urban areas in Brazil, a systematic review” (Zeppelini & Awoniyi, 2024)

A diversidade de pequenos mamíferos do Boqueirão da Onça, na Caatinga do Estado da Bahia, revelada pela maior caverna do Brasil, a Toca da Boa Vista

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Cavernas são cavidades naturais subterrâneas formadas pela ação da água propícias ao acúmulo de restos de vertebrados. Na Caatinga do Estado da Bahia, a Toca da Boa Vista (TBV) destaca-se como a maior caverna do Brasil, localizada numa região coberta por floresta estacional, campos rupestres e áreas antropizadas, conhecida como Boqueirão da Onça. No presente estudo foram analisados materiais craniomandibulares e dentes de pequenos mamíferos coletados sobre o piso da TBV provenientes, em sua maior parte, das pelotas da coruja suindara (Tyto furcata). Foram registradas 31 espécies, incluindo sete de Didelphimorphia (Didelphidae), 14 de Rodentia (Caviidae, Echimyidae, Cricetidae e Muridae) e 10 de Chiroptera (Furipteridae, Natalidae, Phyllostomidae e Vespertilionidae). Todas essas espécies têm ocorrência conhecida para a Caatinga. A distribuição de Holochilus oxe é ampliada para o Estado da Bahia. Foram identificadas espécies ameaçadas (e.g., Thylamys karimii, Kerodon rupestris e Furipterus horrens), restritas aos limites do bioma ou a áreas de transição (Marmosops incanus e Pseudoryzomys simplex) e de hábitos florestais (e.g., Marmosa demerarae e Rhipidomys cariri). A ocorrência dessas espécies de pequenos mamíferos refletem os ambientes conservados na região do Boqueirão da Onça. Por outro lado, a presença de Mus musculus e Rattus rattus está relacionada aos ambientes antropizados próximos da TBV. Esses dados corroboram a relevância das cavernas como fonte de material para estudos sobre pequenos mamíferos e ampliam o conhecimento sobre a fauna da região do Boqueirão da Onça, uma das áreas mais representativas da Caatinga.


Small mammal diversity of the Boqueirão da Onça, Caatinga in the State of Bahia, revealed in Brazil’s largest cave, Toca da Boa Vista. Caves are natural underground cavities eroded by water, where vertebrates remains accumulated. Toca da Boa Vista (TBV) in the State of Bahia has importance as the largest cave in the country and is located in Boqueirão da Onça, a region covered by seasonal forest, rocky fields, and anthropized areas. We conducted an analysis of craniomandibular and dental material of small mammals collected on the surface of this cave, deposited for the most part by the owl Tyto furcata. Thirty-one species of small mammals were recorded, including seven Didelphimorphia (Didelphidae), 14 Rodentia (Caviidae, Echimyidae, Cricetidae, and Muridae), and 10 Chiroptera (Furipteridae, Natalidae, Phyllostomidae, and Vespertilionidae). All these species are known from the Caatinga. The distribution of Holochilus oxe is confirmed for Bahia. The sample includes threatened species (e.g., Thylamys karimii, Kerodon rupestris, and Furipterus horrens), restricted to bioma limits or to transitional areas (Marmosops incanus and Pseudoryzomys simplex), and ones of forest habits (e.g., Marmosa demerarae and Rhipidomys cariri). These species reflect the environments conserved within Boqueirão da Onça. On the other hand, the presence of Mus musculus and Rattus rattus is related to anthropized areas near TBV. These data support the importance of caves as a source of material for small mammals’ studies and increase the knowledge of the fauna of Boqueirão da Onça, one of the most representative areas of the Caatinga.

Graphical abstract for the article “A diversidade de pequenos mamíferos do Boqueirão da Onça, na Caatinga do Estado da Bahia, revelada pela maior caverna do Brasil, a Toca da Boa Vista” (Cherem et al., 2022)

Genetic diversity of the white-eared opossum Didelphis albiventris (Didelphimorphia: Didelphidae) in Argentina

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The white-eared opossum Didelphis albiventris Lund, 1840, is one the largest and most common species of marsupial in Argentina, distributed from the north of the country up to Neuquén and Río Negro provinces in the south. The species is present in contrasting environments, such as the Monte (desert) and the Parana Forest (rainforest), and is also adapted to live in large cities and agricultural fields. Although there are some phylogeographic analyses of Brazilian populations of D. albiventris, showing little variation and some geographic structure, up to now none of them included samples from Argentina. The aim of this contribution is to analyze the genetic structure of the species, using two mitochondrial markers (cytochrome b and D-loop) on a wide geographic coverage in Argentina (> 10° S). Results showed little genetic variation and low haplotype diversity, with lesser values than those reported for Brazilian populations. This small variation could be due to a sudden expansion, which is supported by field observations of the species expanding to the south. Unfortunately, the low genetic variability resulted in low statistical power to give conclusive results in the mismatch analysis or the Bayesian skyline plot. Another possibility is high levels of gene flow, which is consistent with the low correlation beween genetic and geographic distances detected in the Mantel test (althogh statistically significant) and the wide home range that the species has. A different approach, using a different set of markers, is needed in order to analyze the phylogeographic history of D. albiventris.


Diversidad genética de la comadreja overa Didelphis albiventris (Didelphimorphia: Didelphidae) en Argentina. La comadreja overa Didelphis albiventris Lund, 1840, es una de las especies de marsupiales más grandes y comunes en Argentina y se distribuye desde el norte del país hasta las provincias de Neuquén y Río Negro en el sur. La especie está presente en ambientes dispares, como el Monte (desierto) y la Selva Paranaense (bosque lluvioso) y también está adaptada a vivir en grandes ciudades y regiones agrícolas. Aunque existen algunos análisis filogeográficos de poblaciones brasileñas de D. albiventris que muestran poca variación y cierta estructura geográfica, hasta el momento ninguno de ellos incluyó muestras provenientes de Argentina. El objetivo de esta contribución es analizar la estructura genética de la especie utilizando dos marcadores mitocondriales (citocromo b y D-loop) y una amplia muestra geográfica proveniente de Argentina (> 10° S). Los resultados mostraron poca variación genética y baja diversidad de haplotipos, con valores inferiores a los descriptos para las poblaciones brasileñas. Esta escasa variabilidad podría deberse a una expansión reciente, hipótesis respaldada por observaciones de campo de la especie expandiéndose hacia el sur. Sin embargo, la baja variabilidad encontrada resultó en una falta de poder estadístico para dar resultados concluyentes en el análisis de Mismatch o en el Bayesian skyline plot. Otra posibilidad serían altos niveles de flujo génico, algo consistente con la baja correlación (aunque estadísticamente significativa) entre distancias genéticas y geográficas en la prueba de Mantel y el amplio rango de acción que tiene la especie. Se necesita un enfoque diferente, utilizando otros marcadores más variables, para analizar la historia filogeográfica de D. albiventris.

Drawings and notes by Elio Massoia. Photo collage by Damián Voglino.

Micromamíferos y paleoambientes durante el Holoceno tardío en el noreste de Patagonia (Río Negro, Argentina)

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En este trabajo se realiza un análisis integral de la información taxonómica y paleoambiental de los conjuntos de micromamíferos recuperados en sitios arqueológicos ubicados en el valle medio del río Negro y áreas próximas hacia el sur (noreste de Patagonia). Se incluyen, como parámetro actual, muestras de micromamíferos (mayormente novedosas) de egagrópilas de aves rapaces recolectadas en el área. La matriz general de los conjuntos de micromamíferos del valle medio del río Negro muestra condiciones áridas propias del Monte durante los últimos 1000 años AP. No obstante, la presencia de Holochilus vulpinus en los ríos Negro y Limay posiblemente responda a su avance durante episodios algo más cálidos y húmedos del Holoceno, con una ulterior retracción durante la Pequeña Edad de Hielo. Por otro lado, los conjuntos de micromamíferos de las Sierras de Pailemán indicaron condiciones áridas y semiáridas de ecotono del Monte y la estepa patagónica entre 3500 y 1800 años AP. Las muestras actuales de egagrópilas señalan la retracción regional de algunas especies (la mencionada H. vulpinus en los cursos fluviales, y el marsupial Lestodelphys halli y el caviomorfo Tympanoctomys kirchnerorum en las Sierras de Pailemán), la marcada disminución en abundancia de especies asociadas a los pastizales, como el sigmodontino Reithrodon auritus y la dominancia de sigmodontinos oportunistas (Graomys griseoflavus, Oligoryzomys longicaudatus, Calomys musculinus y Eligmodontia sp.), más flexibles a los procesos de antropización.


Small mammals and paleoenvironments during the Late Holocene in northeastern Patagonia (Río Negro, Argentina). This study provides an integral analysis of the taxonomic and paleoenvironmental evidence of the micromammal assemblages recovered from the archaeological sites located in the middle valley of the Negro river and neighboring southern areas (northeastern Patagonia). As current parameter, several samples (mostly novel) of micromammals derived from pellets of raptors collected in the area were also included. The general matrix of the micromammal assemblages of the middle valley of the Negro river reflects the arid conditions of Monte during the last 1000 years BP. However, the presence of Holochilus vulpinus in the Negro and Limay rivers probably responds to its advance during Holocene warm and humid episodes, with the subsequent retraction during the Little Ice Age. On the other hand, the micromammal assemblages of the Sierras de Pailemán indicate arid and semi-arid conditions of the ecotone Monte and Patagonian steppes between 3500 and 1800 years BP. Recent pellet samples point out the regional retraction of some species (the aforementioned H. vulpinus in the river courses, and the marsupial Lestodelphys halli and the caviomorph Tympanoctomys kirchnerorum in Pailemán), the marked decrease in abundance of grassland-associated species such as the sigmodontine Reithrodon auritus, and the dominance of opportunistic sigmodontines (Graomys griseoflavus, Oligoryzomys longicaudatus, Calomys musculinus and Eligmodontia sp.), these latter more flexible to anthropization processes.

Drawings and notes by Elio Massoia. Photo collage by Damián Voglino.

Egagrópilas actuales de aves rapaces como herramienta para la generación de modelos paleoambientales en la provincia de Mendoza, Argentina

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El conocimiento de las comunidades actuales de micromamíferos es relevante para interpretar fluctuaciones paleoambientales del Cuaternario tardío. En este trabajo se recopilan y discuten las implicancias de las muestras de egagrópilas de distintas especies de aves rapaces como parámetro actualístico en la provincia de Mendoza, Argentina. Se analizan todas las muestras disponibles de micromamíferos recuperadas en egagrópilas actuales de aves rapaces (n = 31) y aquellas provenientes de sitios arqueológicos (n = 40), mediante el uso de herramientas ampliamente conocidas (análisis multivariados y de diversidad taxonómica) y algunas menos utilizadas (Índice Taxonómico de Hábitat [ITH] y Sistemas de Información Geográfica). Además de la pérdida de algunas especies en la actualidad, a partir de posibles extinciones (Holochilus lagigliai) y/o retracciones regionales (e.g. Cavia aperea, Lestodelphys halli, Octomys mimax, Reithrodon auritus), también se detectaron diferencias al comparar las comunidades pasadas y actuales del norte y sur de Mendoza. Mediante la aplicación del ITH se observó una proporción algo mayor de especies asociadas a ambientes de peladal (áreas abiertas de baja cobertura vegetal) en las muestras actuales de todas las unidades biogeográficas. Se identificaron áreas sin información sobre muestras de egagrópilas de aves rapaces y otras con información poco confiable en términos de tamaño muestral.


Modern raptor pellets as tools for generation of paleoenvironmental models in Mendoza province, Argentina. Systematic knowledge about modern small mammal communities is necessary to interpret paleoenvironmental variations in the Late Quaternary. In this work, implications and information of modern small-mammal assemblages derived from raptor pellets from Mendoza province are reviewed and discussed as current taxonomic parameter. In this sense, all modern (n = 31) and archaeological samples (n = 40) were studied using familiar (multivariate and diversity analyses) and novel (Taxonomic Habitat Index [THI] and Geographic Information Systems) tools for the province. In addition to the loss of small mammal species in the present from possible extinctions (e.g., Holochilus lagigliai) and regional extirpations (e.g., Cavia aperea, Lestodelphys halli, Octomys mimax, Reithrodon auritus), differences between past and present communities from northern and southern Mendoza also were detected. Thus, for example, through the application of THI a slightly higher proportion of species associated with open areas of low vegetation coverage, was observed in modern assemblages than in those of the late Holocene. We identified areas lacking modern raptor pellet samples as well as other areas with inadequate information due to sample sizes.

Drawings and notes by Elio Massoia. Photo collage by Damián Voglino.

Avances en el establecimiento de una línea de base para el monitoreo de comunidades de pequeños mamíferos no voladores del noroeste argentino

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Las actividades antrópicas producen cambios en el uso del suelo y las condiciones climáticas, influyendo en las comunidades de plantas y animales. Los pequeños mamíferos responden a estos cambios modificando sus abundancias y su diversidad. En la actualidad no existe una línea de base sobre parámetros comunitarios para la mayoría de estas especies y para toda la heterogeneidad ambiental en el noroeste argentino (NOA), lo cual constituye un paso ineludible para dimensionar los efectos de esos cambios. A partir del análisis de material cráneo-dentario recuperado de egagrópilas de aves estrigiformes, caracterizamos la composición y diversidad de los ensambles de pequeños mamíferos en 34 localidades representativas de cinco ecorregiones del NOA. Identificamos 53 ítems presa, la mayoría correspondientes a roedores sigmodontinos. Los ensambles de cada localidad presentaron una composición de especies representativa de cada ecorregión a la que pertenecen. Las localidades con mayor riqueza fueron aquellas situadas en elevaciones intermedias, en áreas de ecotono o aquellas caracterizadas por presentar una cobertura vegetal bien conservada. Un rasgo notable fue la dominancia de especies del género Calomys en el Chaco Seco y la Selva Pedemontana de Yungas. El análisis de agrupamiento de localidades evidenció no sólo la influencia de la topografía y la heterogeneidad ambiental sino también el efecto de las modificaciones en el uso del suelo sobre las comunidades. Este trabajo constituye un punto de partida sustentado en numerosas localidades representativas de toda la diversidad ambiental en el NOA y es el primero en caracterizar las comunidades de estos mamíferos en la región a partir de evidencias obtenidas de la actividad trófica de aves rapaces.


Progress in the establishment of a baseline for the monitoring of communities of non-volant small mammals in northwestern Argentina. Anthropic activities produce changes in land use and climatic conditions, influencing biological communities. Small mammals respond to these changes by modifying their abundances and diversity. At present a baseline on population and community parameters for most of these species and all the environmental heterogeneity in Northwestern Argentina (NWA), which is important to measure the effects of these changes, is not available. From the analysis of cranial and dental material recovered from owl pellets, we characterize the composition and diversity of the small mammal assemblages in 34 localities representatives of five ecoregions in NWA. We identified 53 items prey, most of them sigmodontine rodents. The localities showed assemblages with species compositions representatives of each ecoregion. The richness was high in localities situated at intermediate altitudes, in ecotone areas between ecoregions, and in those characterized by showing a well-preserved vegetation cover. A remarkable feature was the clear dominance of species of the genus Calomys in the Dry Chaco and the Yungas Pedemontane Forest. The cluster analysis of the localities showed not only the influence of the topography and the climatic heterogeneity but also the effect of the land use modifications on the small mammal communities. This work represents an important starting point supported by a number of representative localities of all the environmental diversity in NWA and is the first to characterize the small mammal communities in the region developed from evidence obtained from the trophic activity of predatory birds.

Drawings and notes by Elio Massoia. Photo collage by Damián Voglino.

Pequenos mamíferos em egagropilos de Tyto furcata em uma área de Floresta Ombrófila Mista no sul do Brasil

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A análise de egagropilos de aves de rapina, em particular de Tyto furcata, constitui uma importante técnica de amostragem de pequenos mamíferos, mas é ainda pouco explorada no Brasil. Neste trabalho realizamos o levantamento dos pequenos mamíferos presentes nos egagropilos de T. furcata coletados em uma área de Floresta Ombrófila Mista no estado de Santa Catarina, sul do Brasil. Foram registrados 364 indivíduos de 14 táxons das famílias Didelphidae, Cricetidae, Muridae e Caviidae. Oligoryzomys sp. foi o táxon mais frequente, correspondendo a 53,30% do total de indivíduos, seguido por Mus musculus (22,80%) e Calomys tener (14,84%), o que indica o predomínio de roedores de ambientes abertos e alterados. Espécies pouco amostradas com técnicas convencionais de captura, como Calomys tener, e espécies de hábitos florestais, como Sooretamys angouya e Thaptomys nigrita, também estiveram representadas na amostra. Os resultados obtidos corroboram a utilidade do método para o conhecimento dos pequenos mamíferos neotropicais.


Small mammals in pellets of Tyto furcata from a Mixed Ombrophilous Forest area in southern Brazil. The analysis of raptor pellets, in particular Tyto furcata, is an important sampling technique for small mammals, but it is still little exploited in Brazil. In this work we carried out a survey of the small mammals present in pellets of T. furcata collected in an area of Mixed Ombrophilous Forest in the state of Santa Catarina, southern Brazil. A total of 364 individuals from 14 taxa of the families Didelphidae, Cricetidae, Muridae and Caviidae were registered. Oligoryzomys sp. was the most frequent taxon, corresponding to 53.30% of the total of individuals, followed by Mus musculus (22.80%) and Calomys tener (14.84%), which indicates the predominance of rodents of open and disturbed environments. Species poorly sampled with standard capture techniques, such as Calomys tener, and forest species, such as Sooretamys angouya and Thaptomys nigrita, were also represented in the sample. The obtained results corroborate the usefulness of the method for the knowledge of Neotropical small mammals.

Drawings and notes by Elio Massoia. Photo collage by Damián Voglino.

Diet variations in short-tailed opossum Monodelphis domestica (Didelphimorphia, Didelphidae) due to seasonal and intersexual factors

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We analyzed the diet composition of Monodelphis domestica (Wagner, 1842) distributed in a high-altitude rocky habitat (campo rupestre) in Southeastern Brazil, between October 2015 and December 2016. We also evaluated whether there are diet differences depending on body mass, sex and seasons. We collected 70 fecal samples of 29 M. domestica specimens and recorded five food categories (arthropods, vertebrates, seeds, flowers and plant vegetative parts). Monodelphis domestica presented a specialized diet, the specimens mainly fed on invertebrates (found in 100% of the samples). The samples also presented plant vegetative parts (leaves and stems), flowers and small vertebrates (scales and fragmented bones of lizards, snakes and birds). The species showed seasonal diet variations and consumed large portions of arthropods, small portions of vertebrates and plant vegetative parts during the rainy season. Intersexual differences influenced the diet composition: the range of food items consumed by males was wider than that ate by females. Our findings helped better understanding the food ecology of short-tailed opossums, besides being the first study about the diet of a didelphid species distributed in high-altitude rocky habitats.


Variações na dieta da cuíca-de-rabo-curto Monodelphis domestica (Didelphimorphia, Didelphidae) devido a fatores sazonais e intersexuais. Analisamos a composição da dieta de Monodelphis domestica (Wagner, 1842) em uma área de campos rupestres no sudeste brasileiro, entre outubro de 2015 e dezembro de 2016. Também avaliamos se existem diferenças na dieta de acordo com a massa corporal, sexos e estações do ano. Obtivemos 70 amostras fecais de 29 indivíduos e 5 categorias de itens alimentares foram identificadas (artrópodes, vertebrados, sementes, flores e partes vegetativas de plantas). Monodelphis domestica apresentou uma dieta especializada consumindo principalmente artrópodes (registrados em 100% das amostras). As amostras também apresentaram partes vegetativas (folhas e caules), flores e pequenos vertebrados (escamas e ossos fragmentados de lagartos, serpentes e aves). A espécie mostrou variação sazonal na dieta, consumindo uma alta proporção de artrópodes, pequenos vertebrados, e partes vegetativas de plantas durante os meses chuvosos. Houve também diferença intersexual na composição da dieta, com machos consumindo um espectro mais amplo de itens do que as fêmeas. Nossos resultados contribuem para a compreensão da ecologia alimentar das cuícas-de-cauda-curta, e representa o primeiro estudo específico sobre a dieta de didelfideos em campos rupestres.

Food habits and carnivory by a small size opossum, Gracilinanus agilis (Didelphimorphia: Didelphidae)

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We investigated the diet of gracile mouse opossum, Gracilinanus agilis (Burmeister, 1854), from the analysis of 144 fecal samples collected between November 2009 and October 2011 in an area of savanna riparian forest in the Brazilian Cerrado. Invertebrates were the most frequently consumed food items (96.5%) followed by fruits of pioneer species (29.8%) and flowers (6%). We also observed the presence of fragments of bird vertebrae and downs in samples from 2 adult males, this being the first record of predation on small vertebrates by G. agilis. The presence of fragments of birds in the feces of the gracile mouse opossum suggests that despite the small size of this species and its primarily insectivorous habits, small vertebrates may be included in its diet.


Registro de carnivoria pelo pequeno marsupial Gracilinanus agilis (Didelphimorphia: Didelphidae). Investigamos a dieta do marsupial Gracilinanus agilis (Burmeister, 1854) a partir da análise de 144 amostras fecais coletadas entre novembro de 2009 e outubro de 2011 em uma área de mata ciliar savânica no Cerrado brasileiro. Invertebrados constituíram o item alimentar consumido com maior frequência (96.5%) seguido por frutos de espécies pioneiras (29.8%) e flores (6%). Também observamos a presença de fragmentos de vértebras de aves e plúmulas em amostras de dois machos adultos, este é o primeiro registro da predação de vertebrados pelo G. agilis. A presença de fragmentos de aves nas fezes de G. agilis sugerem que, apesar de seu pequeno tamanho e de seu hábito alimentar primariamente insetívoro, vertebrados de pequeno porte podem ser incluídos em sua dieta.

Estableciendo límites: distribución geográfica de los micromamíferos terrestres (Rodentia y Didelphimorphia) de Patagonia centro-oriental

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Se analiza la distribución geográfica de las especies de micromamíferos no voladores del sector costero de Patagonia central. Esta región es relevante ya que aquí se produce el engranaje entre las unidades florísticas más importantes de la Patagonia extraandina, la Provincia Fitogegráfica (PF) del Monte y la PF Patagónica. Los objetivos de este trabajo son aportar datos novedosos sobre la distribución geográfica de los micromamíferos costeros entre los 41° 30′ S y 46° 00′ S, describir la composición taxonómica de los ensambles y explorar la fidelidad de sus especies con las unidades vegetacionales mayores. La información fue obtenida de trampeos y muestras de egagrópilas; también se consultaron colecciones científicas y bibliografía. Se trampearon 557 ejemplares y se registraron al menos 4740 individuos a partir de egagrópilas. Se documentaron 2 especies de marsupiales, 12 de sigmodontinos, dos de cávidos, Ctenomys —cuyo panorama específico es incierto— y 2 de múridos introducidos. Se recopilaron 100 localidades con información sobre micromamíferos. Zoogeográficamente, el contacto entre la PF del Monte y la PF Patagónica en el sector costero no es una línea bien definida, sino un ecotono que se extiende desde el río Chubut hasta Camarones en el cual se interdigitan elementos característicos de ambas unidades. La penetración de especies vinculadas a la PF del Monte hacia localidades australes se produce por el sector costero hasta, aproximadamente, Puerto Deseado (47° 45′ S). Por otra parte, los ensambles de la PF Patagónica se diferencian claramente en los sectores elevados de las mesetas del sur chubutense, poniendo en evidencia la influencia de la altitud como condicionante de la humedad, la temperatura y, en última instancia, la vegetación, sobre la distribución de las especies de micromamíferos.


Setting limits: geographic distribution of micromammals (Rodentia and Didelphimorphia) of East Central Patagonia, Argentina. In this contribution we analyze the geographic distribution of non-volant small mammal species of the coastal sector of Central Patagonia. This region is relevant because there occurs the engagement between the major floristic units of extra-Andean Patagonia, the Monte Phytogeographic Province (PP) and the Patagónica PP. The aims of this work are to provide new data on geographical distribution of coastal small mammals between 41° 30′ S and 46° 00′ S, to describe the taxonomic composition of the micromammal assemblages, and to explore the fidelity of their species with Monte PP and Patagónica PP. Data was collected from trapping and owl pellets analyses; mammal collections and specific literature were also employed. We trapped 557 specimens and recorded at least 4740 specimens derived from owl pellets. We found 2 species of marsupials, 12 sigmodontines, 2 cavids, Ctenomys whose specific scenario is uncertain, and 2 introduced murids. We recorded 100 localities with information on small mammals. Zoogeographically, the boundary between Monte PP and Patagónica PP in the coastal sector is not a straight line but an ecotone extending from the Chubut river up to Camarones, including elements of both units. Species related to Monte PP penetrate to high latitudes by coastal fringe until about Puerto Deseado (47° 45′ S). Moreover, Patagónica PP assemblages are clearly recognizable in elevated sectors of southern Chubut plateaus, highlighting the effect of altitude as a conditioning factor of humidity, temperature, and ultimately vegetation on small mammal species distribution.